ENSINO DA ARTE

O QUE SIGNIFICA METODOLOGIA?


Considerando a diversidade metodológica, faz-se necessário primeiramente conceituá-la: a metodologia estuda os métodos de ensino, classificando-os e descrevendo-os, sem julgar ou dar algum valor.
Quanto ao significado etimológico da palavra refere-se ao caminho a seguir para alcançar algum fim (PILETTI, 1995, p.102). Assim, a metodologia se torna um roteiro geral para a atividade, indicando as linhas de ação utilizadas em sala de aula, sendo um meio de transmitir os conteúdos curriculares e alcançar os objetivos propostos.
A metodologia não deve ser confundida com a teoria, pois só se interessa pela validade e não pelo conteúdo, nem pelos procedimentos (métodos e técnicas), à medida que o interesse e o valor destes está na capacidade de fornecer certos conhecimentos.
Nesse contexto teórico, há de um lado, quadros teóricos de referência e, de outro, embasamentos empíricos. Assim, a metodologia, mais do que uma descrição formal de técnicas e métodos a serem utilizados, indica a opção do quadro teórico para determinada situação.
O método, traço característico da ciência, representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar, de forma adequada, a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo de um caminho, e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento.
Ao responder sobre o como fazer após ter-se definido o que é importante trabalhar o educador busca conhecer a realidade, integrando saberes teóricos e empíricos, em diferentes áreas e escalas de planejamento: macro e micro, ou exploratório e analítico.
Segundo esse conceito, é possível destacar vários elementos, tais como os instrumentos (métodos e técnicas), os objetos (materiais) e as referências teóricas. A harmonização e a integração balanceada desses elementos definem a metodologia.
A metodologia será, então, o estudo dos instrumentos de montagem de uma teoria ou o estudo dos teóricos para atender a certas necessidades, ou seja, um caminho a ser contsruído para atingir os objetivos propostos.
Há dois conceitos nessas considerações: o de método que, significa o caminho a seguir mediante uma série de operações e regras prefixadas de antemão, aptas para alcançar o resultado proposto, e o de técnica que não é o caminho como o método, mas sim a arte ou maneira de percorrer esse caminho.
O método se faz acompanhar da técnica, que é o instrumento que o auxilia na procura de determinado resultado: informação, invenção, tecnologia etc.
Em outras palavras o método é o procedimento que permite estabelecer conclusões de forma objetiva, enquanto a técnica é um sistema de princípios e normas que auxiliam na aplicação dos métodos, justificando-se por sua utilidade. Esta se traduz na otimização dos esforços, na melhor administração dos recursos e na comunicabilidade dos resultados em relação a metodologia utilizada.


REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
TEIXEIRA, Gilberto. O QUE SIGNIFICA METODOLOGIA? Disponível em: http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1338. Acesso em: 03 de Fevereiro de 2011.
 
 

METODOLOGIA DE ENSINO


A metodologia de ensino procura apresentar roteiros para diferentes situações didática, conforme a tendência/corrente pedagógica adotada pelo professor/instituição, de forma que o aluno se aproprie dos conhecimentos propostos e/ou apresente suas pesquisas e demais atividades pedagógicas.
A análise da prática pedagógica tem demonstrado que só serão possíveis mudanças significativas na educação brasileira, à medida que o professor tiver uma compreensão profunda da razão de ser da sua prática e uma clara opção política acerca do seu ato pedagógico.
Embora muitos professores sintam que têm um papel importante na determinação de mudanças significativas no processo de ensino, frustam-se quando, na busca de alternativas, nem sempre conseguem bons resultados. Se na sua prática cotidiana o professor percebe que a metodologia adotada favorece apenas alguns alunos, em detrimento de outros ou da maioria, é preciso que ele compreenda e tenha claro o porquê disso, a que alunos este método favorece e porque os favorece. Sem essa compreensão, dificilmente conseguirá mudanças que levam a resultados significativos.
Vejamos alguns pontos chaves:
  • A necessidade de que o aluno tenha participação ativa no processo ensino-aprendizagem.
  • Critérios de escolha a ser considerado, conforme o quadro a seguir.



OBJETIVOS EDUCACIONAIS




EXPERIÊNCIA DIDÁTICA DO PROFESSOR


ESTRUTURA DO ASSUNTO E TIPO DE APRENDIZAGEM ENVOLVIDO







ETAPA NO PROCESSO DE ENSINO



CONTRIBUIÇÕES E LIMITAÇÕES DAS ATIVIDADES DE ENSINO






TEMPO DISPONÍVEL



ACEITAÇÃO E EXPERIÊNCIA DOS ALUNOS








FACILIDADES FÍSICAS




  • Cada atividade tem um potencial pedagógico diferente e limitações específicas.
  • Não se pode oferecer uma receita didática, mas apenas conceitos e tipologias.

Alguns dos importantes subsídios de escolha são:
  • O objetivo de ensino é o definidor dos critérios de seleção e organização dos métodos e técnicas.
  • A estrutura do assunto a ser ensinado determina o tipo de atividade.
  • As características próprias das atividades de ensino.
  • A etapa no processo de ensino determina o tipo de atividades mais indicado.
  • Tempo e as facilidades físicas disponíveis.

O aluno deve desenvolver as capacidades de:
  • Observar; Analisar; Teorizar; Sintetizar; Aplicar e transferir o aprendido
As atividades metodológicas desenvolvidas devem ser combinadas, de forma simultânea ou seqüencial, oferecendo ao aluno a oportunidade de perceber e analisar o assunto sob diversos ângulos.
É importante ressaltar que há diferenças no grau de liberdade de opção das técnicas a serem utilizados pelos professores. Havendo um maior controle no 1º e 2º ciclo e maior liberdade nos demais ciclos de ensino, por parte da coordenação pedagógica.
Nas condições objetivas de trabalho docente, falta tempo e espaço para refletir com seus colegas sobre a experiência pedagógica de cada um e o estudo de um instrumental teórico sistematizado que auxilie na compreensão da razão de ser dos problemas enfrentados. Pode-se notar, na variedade de técnicas de ensino, um ecletismo devido às diversas teorias pedagógicas que lhe deram origem.
Segundo VASCONCELLOS (1999, p. 147) de acordo com a teoria do conhecimento que fundamenta o trabalho do professor, considera como referência a concepção dialética de conhecimento, destacando a problematização como elemento nuclear na metodologia de trabalho em sala de aula. Se forem adequadamente captadas, as perguntas deverão provocar e direcionar de forma significativa e participativa, o processo de construção do conhecimento por parte do aluno, sendo também um elemento mobilizador para esta construção. Nesse sentido, ao preparar a aula, o professor já poderia destacar as possíveis perguntas e problemas desencadeadores para a reflexão dos alunos.
De acordo com VILARINHO (1985, p. 52) os métodos de ensino apresentam três modalidades básicas:
  • Métodos de ensino individualizado: a ênfase está na necessidade de se atender às diferenças individuais, como por exemplo: ritmo de trabalho, interesses, necessidades, aptidões, etc., predominando o estudo e a pesquisa, o contato entre os alunos é acidental.
  • Métodos de ensino socializado: o objetivo principal é o trabalho de grupo, com vistas à interação social e mental proveniente dessa modalidade de tarefa. A preocupação máxima é a integração do educando ao meio social e a troca de experiências significativas em níveis cognitivos e afetivos.
  • Métodos de ensino sócio-individualizado: procura equilibrar a ação grupal e o esforço individual, no sentido de promover a adaptação do ensino ao educando e o ajustamento deste ao meio social.
O quadro a seguir sugere a escolha das técnicas em função dos objetivos a atingir.

Modalidades Básicas
Técnicas
Aplicações
Individualizado
Estudo Dirigido
Estimular método de estudo e pensamento reflexivo.
Levar a autonomia intelectual.
Atender a recuperação de estudos.
Ensino por fichas
Revisão e enriquecimento de conteúdos
Instrução programada
Apresentação de informações em pequenas etapas e seqüência lógica.
Fornece recompensa imediata e reforço.
Permite que o aluno caminhe no seu ritmo próprio.
Ensino por módulos
Leva o estudante a responsabilidade no desempenho das tarefas propostas.
Propõe ao aluno os objetivos a serem atingidos e variadas atividades para alcançar esses objetivos.
Socializado
Discussão em pequenos grupos
Estudo de casos
Troca de idéias e opiniões face a face.
Resolução de problemas.
Busca de informações.
Tomada de decisões.
Discussão 66 ou Phillips 66
Revisão de assuntos.
Estímulo à ação.
Troca de idéias e conclusão
Painel
Definir pontos de acordo e desacordo.
Debate, consenso e atitudes diferentes (assuntos polêmicos)
Painel Integrado
Troca de informações.
Integração total (das partes num todo).
Novas oportunidades de relacionamento.
Grupo de cochicho
Máximo de participação individual.
Troca de informações.
Funciona como meio de incentivação.
Facilita a reflexão.
Discussão dirigida
Solução conjunta de problemas.
Participação de todos os
Brainstorming
Criatividade (Idéias originais).
Participação total e livre.
Seminário
Estudo aprofundado de um tema.
Coleta de informações e experiências.
Pesquisa, conhecimento global do tema.
Reflexão crítica.

Modalidades Básicas
Técnicas
Aplicações
Socializado
Simpósio
Divisão de um assunto em partes para estudo.
Apresentação de idéias de modo fidedigno.
O grupão faz a conferência do que foi apresentado.
GVGO ou Grupo na Berlinda
Verbalização.
Objetividade na discussão de idéias.
Capacidade de análise e síntese.
Entrevista
Troca de informações.
Apresentação de fatos, opiniões e pronunciamentos importantes.
Diálogo
Intercomunicação direta.
Exploração, em detalhe, de diferentes pontos de vista.
Palestra
Exposição menos formal de idéias relevantes.
Sistematização do conteúdo.
Comunicação direta com o grupão.
Dramatização
Representação de situações da vida real.
Melhor rendimento e compreensão dos elementos.
Sócio-individualizado
Método de Projetos
Realiza algo de concreto.
Incentiva a resolução de problemas sugeridos pelos alunos.
Exige trabalho em grupo e atividades individuais.
Método de problemas
Desenvolve o pensamento reflexivo.
Desenvolve o pensamento científico.
Unidades didáticas
Compreensão do “todo” a ser estudado.
Incentivo ao aluno e a criatividade, flexibilidade nas atividades.
Permite organização do conteúdo aprendido.
Unidades de Experiências
Aplicação do conceitos teóricos na prática.
Permite ao aluno uma análise crítica e a reconstrução da experiência social.
Pesquisa como atividade discente
Desenvolve o gosto pelo estudo científico.
Leva o aluno a distinguir a pesquisa pura da aplicada.
Utiliza-se de diversas técnicas de coleta de dados.
Utiliza-se do método científico.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
CEWK - Organizado pela Prof. Rosângela Menta Mello em 21/07/2007. Disponível em http://estagiocewk.pbwiki.com/OTP . Acesso em: 04 de Fevereiro de 2011.


O ENSINO DE ARTE
Introdução
A Arte faz parte do desenvolvimento integral dos alunos, mas, infelizmente, muitos não sabem por que se ensina Arte. Alguns acreditam que é para desenhar e pintar, porém não é simplesmente isso, envolve processos criativos que colaboram no conhecimento do próprio ser. Além disso, integra as pessoas, por meio da diversidade de expressões, podendo demonstrar o que sente e pensa, colaborando com o desenvolvimento da criticidade daquilo que vê, ouve, assiste ou faz.
O ensino de Arte necessita ser diversificado, envolvendo as linguagens artísticas artes plásticas, dança, música e teatro, enriquecendo a formação dos educandos quanto a cognição, concentração, criatividade, coordenação motora, afetividade, trabalho em equipe. Dessa forma, favorece o rendimento escolar e proporciona qualidade no ensino, buscando a transformação social.
O que é Arte?
Segundo Bertello (2004) para muitos a Arte é vista como uma palavra difícil de ser entendida, mas na verdade não é, tendo em vista que todos têm contato com ela diariamente. Cada pessoa pode ter a sua idéia sobre o que é Arte, e, muitas dessas idéias estão corretas, afinal, quem nunca realizou um desenho, nunca mexeu com tinta, nunca viu ou ouviu um artista cantando, nunca assistiu uma peça ou um filme?
Assim, pode-se definir Arte como algo magnífico, prazeroso, que contribui para a felicidade do ser humano, seja em quaisquer das formas de linguagem artística. Também adquiri-se conhecimento sobre o contexto histórico, com as obras de arte feitas nos períodos mais distintos. Conforme Barbosa (1994), o ensino da Arte deve seguir, a Metodologia Triangular, sendo composta pela História da Arte, pela leitura da obra de arte e pelo fazer artístico.

O Ensino de Arte no Brasil
1816 - D. João VI, trouxe a Missão Francesa com o intuito de formar uma Escola de Arte, com o início dos trabalhos dez anos mais tarde, mas devido ao custo elevado, poucos tinham a oportunidade de estudar Arte.
1870 - período de grandes transformações culturais, o ensino de Arte foi voltado para a formação de desenhistas.
1890 a 1920 - predominavam a cópia de quadros e o desenho geométrico. A partir de 1920, a Arte passa a ser incluída no currículo escolar como atividade integrativa, dando apoio ao aprendizado de outras disciplinas, porém, os exercícios de cópia são mantidos.
1922 - com a Semana de Arte Moderna, a Arte-Educação teve um grande impulso, com as idéias de livre expressão, trazido por Mário de Andrade e Anita Malfatti que acreditavam que a Arte tinha como finalidade principal permitir que a criança expressasse seus sentimentos e também tinham a idéia de que ela não é ensinada, mas, expressada.
1948 - o artista plástico Augusto Rodrigues, após saber que uma mostra de arte infantil foi excluída por ter interferência adulta e alguns clichês, resolveu criar a Escolinha de Arte, onde era valorizada a capacidade criadora.
1950 - além de Desenho, passaram a fazer parte do currículo escolar (Música, Canto Orfeônico e Trabalhos Manuais), mantendo de alguma forma o caráter e a metodologia do ensino artístico anterior. O ensino e a aprendizagem concentravam-se na transmissão de conteúdos a serem reproduzidos, não se preocupando com a realidade social e nem com as diferenças individuais dos alunos, ou seja, a chamada Pedagogia Tradicional.
Década de 50, 60 e início da década de 70 - fase da Pedagogia Nova, que tinha como ênfase a livre expressão e a espontaneidade e pela Pedagogia Tecnicista, onde o aluno e o professor tinham um papel secundário, tendo como elemento principal, o sistema técnico de organização. Neste período, nas aulas de Arte, os professores enfatizavam um saber construir reduzido dos aspectos técnicos e do uso diversificado de materiais, caracterizando pouco compromisso com o conhecimento da linguagem artística.
1971 - "iniciou-se" uma Pedagogia Libertadora, graças aos ideais do grande educador Paulo Freire, que era voltada para uma perspectiva de consciência crítica da sociedade. A Arte foi incluída no currículo escolar, desde 1971, com o nome de Educação Artística, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ainda como "atividade educativa" e não como disciplina.
1988 – sofre ameaça de ser excluída do currículo, por não ser uma considerada uma disciplina, a Educação Artística não tinha o "poder" de reprovar nenhum aluno e fazia com que os mesmos não tivessem interesse pela mesma, fazendo com que ela fosse vista como aulinha de desenho e o professor visto como organizador de festas e eventos na escola.
1996  - com a LDB 9.394/96 revogam-se as disposições anteriores e a Arte é considerada disciplina obrigatória na educação básica conforme o seu artigo 26, parágrafo 2° que diz que o ensino de arte constituiria componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, visando o desenvolvimento cultural dos alunos.
Segundo FERRAZ et al. (1993), nas aulas de Arte devem ser trabalhados o mundo do educando, propiciando-lhes contato com as obras de arte, desenvolvendo atividades onde o mesmo possa experimentar novas situações, podendo compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético e que compete ao professor um contínuo trabalho de verificação e acompanhamento em seus processos de elaborar, assimilar e expressar os novos conhecimentos de arte e de educação escolar dos aprendizes em Arte, ao longo do curso, e que a avaliação deve estar centrada em todo o processo de ensino-aprendizagem.
Atualmente o ensino de Arte está voltado para as linguagens de Música, Dança, Teatro (Artes Cênicas) e Artes Plásticas.
2008 - com a aprovação da Lei Federal nª 11.769, o ensino de música passou a ser obrigatório, devendo ser ministrado por professor com licenciatura plena em Música, tendo os sistemas de ensino, três anos para se adequarem às mudanças.

O Ensino de Artes Plásticas
Durante muito tempo, as aulas de Arte eram voltadas para essa área e atualmente em algumas redes de ensino continua sendo a mais utilizada.
O que seria Artes Plásticas? Artes Plásticas é o conjunto das artes voltadas para o visual, por isso, também chamada Artes Visuais, é nas Artes Plásticas que o artista mostra aquilo que pensa ou que quer expressar, através das imagens. Entre os elementos que fazem parte das Artes Plásticas estão: recorte e colagem, cerâmica, escultura, fotografia, gravura, quadrinhos, pintura, tapeçaria, web art, etc.
As Artes Plásticas, assim como as outras linguagens, surgiram basicamente, junto com o surgimento do homem, o homem pré-histórico já desenhava, com elementos da natureza, nas paredes, a chamada arte rupestre.
Ao passar dos anos, a arte foi evoluindo, na Idade Antiga, pode-se destacar a construção das pirâmides no Egito, grandes obras arquitetônicas. Nesse período, surge a escrita.
Os gregos e os romanos também deixaram suas marcas, os gregos tinham o ideal de perfeição em suas obras e os romanos procuravam retratar as coisas como realmente eram.
Na Idade Média destaca-se três estilos: o bizantino (mosaicos, domos centrais nas igrejas e ícones), o romano (afrescos, arcos cilíndricos nas igrejas e esculturas estilizadas) e o gótico (vitrais e catedrais com arcos em ponta).
Ainda na Idade Média surge o Renascimento, onde o homem passa a voltar mais para si e a fazer uma arte para ele mesmo, diferentemente do que era feito antes, pois a arte era voltada para a igreja. Nesse período a beleza ideal tinha grande importância. Após o Renascimento surgem vários movimentos que duraram até o século XIX, entre esses movimentos destacam-se:
- Barroco: Segundo STRICKLAND (1999), foi a era do ornamento, entre suas principais características temos representações baseadas em ações físicas, sombreados sutis, uso de tons voltados para o marrom e para o dourado;
-Neoclassicismo: Período onde há o uso de linhas, o uso de tons claros, etc., esse período procurava resgatar elementos da arte greco-romana;
-Romantismo: Período em que se valorizava a intuição,a emoção e a imaginação, tem como características a riqueza das tonalidades, contrastes fortes de luz e sombra, pinceladas rápidas, uso da diagonal, etc.;
-Realismo: Procurava trazer uma sensação de sobriedade, procurando mostras as coisas como realmente eram.
Ainda neste período, podemos destacar a Art-Nouveau - movimento que se opôs à esterilidade da era industrial, o Impressionismo - movimento que marcou a primeira revolução artística após o Renascimento, o Pós-Impressionismo, o Expressionismo - movimento que queria trazer emoções extremas, induzindo uma forte reação no espectador e o Simbolismo movimento que foi o precursor do Surrealismo e que tinha como característica o descarte do mundo visual em favor da fantasia.
No século XX, surge a arte moderna, com destaque para os seguintes movimentos:
Fovismo — conhecido como movimento de explosão de cores, pelo uso de cores vivas, Futurismo- procurava mostrar movimentos, Construtivismo-mostrava a tecnologia moderna através do uso de formas geométricas, Preciosismo - procurava retratar formas urbanas, Cubismo movimento que fazia uma desconstrução da imagem, e, Surrealismo -movimento que mistura elementos reais com elementos irreais.

Ainda no século XX, surge a arte contemporânea, que segundo STRICKLAND (1999), abriga todos os tipos de artistas e tendências e não se restringe a uma determinada área geográfica, entre os movimentos temos:
Op Art - movimento em que a arte era construída criando uma ilusão óptica, Arte Pop - movimento em que era utilizado o uso repetitivo das mesmas figuras, imagens de artistas famosos e cores vivas, Happenings, Minimalismo movimento em que não se usava muitos detalhes, Movimento Cobra e Arte Conceitual- onde o conceito valia mais do que a obra em si.

É importante que o educando saiba de onde surgiu aquilo que ele está fazendo, quais eram as técnicas utilizadas, sendo assim, a História da Arte, de fundamental importância para o aprendizado do aluno, pois se tendo conhecimento dela, se saberá de onde surgiu determinado estilo e o que levou cada artista a fazer determinada obra, dando sentido à obra.
Porém, antes de se saber a História da Arte, é importante que o aluno, ao longo do seu processo de escolarização, aprenda as técnicas, como o uso dos materiais (lápis de cor, tinta, carvão, lápis de desenho, réguas, compasso, pincéis, etc.), bem como algumas teorias e técnicas.
É importante que o aluno aprenda sobre as cores primárias, secundárias e terciárias, monocromia, policromia, diferenciação e construção de objetos bidimensionais e tridimensionais, a fazer recortes, colagens e dobraduras, técnicas de esboço - para facilitar o desenho de alguns objetos etc.
Além disso, é fundamental que no ensino de Artes Plásticas, o aluno aprenda a ler as obras de arte, sejam elas quadros, fotografias, esculturas ou outras, analisando o que o artista usou para realizar a obra e os motivos que o levaram a fazê-la, além de fazer intervenção nas mesmas, através de releituras.
As técnicas e recursos assimilados devem ser usados e aprimorados conforme se estuda para que o aluno abra um leque de formas de se realizar as suas atividades, não substituindo uma coisa pela outra, mas sim, agregando-se conhecimentos.
O uso de imagens contribui em muito para o aprendizado das Artes Plásticas, pois dará uma base para que o aluno desenvolva a sua criatividade e o seu potencial.
Segundo HERNÁNDEZ (2000), o estudo da Arte contribui para diversas coisas, entre elas: a cultura visual como universo de significados, a Arte como construção e representação social, a perspectiva de pesquisa sobre a compreensão, a compreensão no ensino da Arte e uma interpretação crítica da realidade e destaca o uso de um portfólio para se registrar o que foi aprendido ou até mesmo ensinado.
Com esses elementos, o aluno poderá refletir sobre o seu processo de aprendizagem, transmitir pensamentos através da arte e entender o que o artista quis transmitir através da imagem ou objeto que produziu.
Portanto, não só as Artes Plásticas, mas as linguagens artísticas em geral, contribuem para a formação de cidadãos críticos e conscientes daquilo que fazem.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BARBOSA. Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 1994.
BERTELLO. Maria Augusta. Minimanual de Pesquisa em Arte. São Paulo: Perspectiva, 1994
FERRAZ, M. Heloísa C.; FUSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do Ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 1993.
HERNANDES. Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho.Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Lei Federal n°. 5692/71 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Lei Federal n°. 9394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Lei Federal n°. 11769/2008 – Dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de Música na Educação Básica.
STRICKLAND. Carol. Da Pré-História ao Pós-Moderno. Tradução de Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.


O QUE ENSINAR EM ARTE


O ensino da área se consolida nas escolas sobre o tripé apreciação, produção e reflexão
Durante muitos anos, o ensino de Arte se resumiu a tarefas pouco criativas e marcadamente repetitivas. Desvalorizadas na grade curricular, as aulas dificilmente tinham continuidade ao longo do ano letivo. "As atividades iam desde ligar pontos até copiar formas geométricas. A criança não era considerada uma produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito", afirma Rosa Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, e co-autora dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sobre a disciplina.
Nas últimas duas décadas, essa situação vem mudando nas escolas brasileiras. Hoje, a tendência que guia a área é a chamada sociointeracionista, que prega a mistura de produção, reflexão e apreciação de obras artísticas. Como defendem os próprios PCNs, é papel da escola "ensinar a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias."
Infelizmente, ainda há professores trabalhando na chamada metodologia tradicional, que supervaloriza os exercícios mecânicos e as cópias por acreditar que a repetição é capaz de garantir que os alunos "fixem modelos". Sob essa ótica, o mais importante é o produto final (e ele é mais bem avaliado quanto mais próximo for do original). É por isso que, além de desenhos pré-preparados, tantas crianças tenham sido obrigadas ao longo dos tempos a apenas memorizar textos teatrais e partituras de música para se apresentar em datas comemorativas - sem falar no treino exaustivo e mecânico de habilidades manuais em atividades de tecelagem e bordado.
Só nos anos 1960, com o surgimento do movimento da Escola Nova, ideias modernizadoras começaram a influenciar as aulas de Arte. Na época, a proposta era romper totalmente com o jeito anterior de trabalhar. Segundo esse modelo, batizado de escola espontaneísta (ou livre expressão), os professores forneciam materiais, espaço e estrutura para as turmas criarem e não interferiam durante a produção dos estudantes. Tudo para permitir que a arte surgisse naturalmente nos estudantes, de dentro para fora e sem orientações que pudessem atrapalhar esse processo. "Achava-se que a criança tinha uma arte própria e o adulto não deveria interferir", lembra Rosa.


A evolução dos conceitos que orientam as aulas
Alguns anos mais tarde, novas concepções foram sendo construídas, abrindo espaço para a consolidação da perspectiva sociointeracionista, a mais indicada pelos especialistas hoje por permitir que crianças e jovens não apenas conheçam as manifestações culturais da humanidade e da sociedade em que estão inseridas, mas também soltem a imaginação e desenvolvam a criatividade, utilizando todos os equipamentos e ferramentas à sua disposição.
Na década de 1990, duas importantes inovações pavimentaram o caminho para o modelo atual: na Espanha, Fernando Hernández defendeu o estudo da chamada cultura visual (muito além das artes visuais clássicas, era necessário, segundo ele, trabalhar com videoclipes, internet, histórias em quadrinhos, objetos populares e da cultura de massa, rótulos e outdoors nas salas de aula).
No Brasil, Ana Mae Barbosa formulou a metodologia da proposta triangular (inspirada em ideias norte-americanas e inglesas, recuperou conteúdos e objetivos que tinham sido abandonados pela escola espontaneísta). Ela mostrou que o professor deveria usar o seguinte tripé em classe: o fazer artístico, a história da arte e a leitura de obras
Esse tripé original é considerado uma "matriz" dos eixos de aprendizagem que dominam o ensino atualmente: a produção, a apreciação artística e a reflexão. O "novo" tripé ajuda a desmanchar alguns dos mitos que rondam as salas de Arte nas escolas brasileiras, como a confusão entre a necessidade de ter muito material e estrutura para obter uma resposta "de qualidade" dos alunos (leia mais no quadro abaixo).
Na perspectiva sociointeracionista, o fazer artístico (produção) permite que o aluno exercite e explore diversas formas de expressão. A análise das produções (apreciação) é o caminho para estabelecer ligações com o que já sabe e o pensar sobre a história daquele objeto de estudo (reflexão) é a forma de compreender os períodos e modelos produtivos.



As quatro grandes linguagens artísticas: dança, artes visuais, teatro e música
As aulas de Arte devem contemplar atividades de quatro linguagens: dança, artes visuais, teatro e música. As diferentes manifestações culturais (das mais clássicas às mais vanguardistas) merecem ser analisadas como resultado de um conjunto de valores e uma maneira de os seres humanos interagirem com o mundo em que vivem (ou viveram). No dia a dia, a prática tem de combinar simultaneamente os três eixos citados anteriormente para que todos os estudantes avancem (leia no quadro abaixo entrevista com uma professora que faz isso em sua escola, no interior de São Paulo).
"Esses três momentos não são estanques. Mesmo que o trabalho dê ênfase mais para um agora e mais para outro daqui a pouco, é importante que fique claro que todos são interligados, fazem parte de um processo", diz Marisa Szpigel, coordenadora de Arte na Escola da Vila, em São Paulo. Segundo ela, é interessante variar as maneiras de estudar os conteúdos e programar as atividades ao longo do ano. "Assim como na prática artística há um pensar fazendo e um fazer pensando, quando ensinamos, a ação mobiliza para a reflexão e a reflexão transforma a ação."


Produção é chance para o aluno desenvolver percurso próprio
A etapa da produção é a oportunidade de o aluno testar, conhecer e escolher diferentes cores, formatos, gestos, movimentos corporais e sons. É o momento de mostrar suas escolhas, mudar de ideia, decidir novamente. "O estudante deve ter a chance de experimentar com diferentes formas e procedimentos para desenvolver um percurso próprio", diz Rosa Iavelberg. "O caminho é favorecer a criação com propostas instigantes. Assim, a produção dialoga com diferentes referências e alimenta a poética pessoal", diz Mirian Celeste Martins, do programa de pós-graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, na capital paulista.
Durante as atividades de apreciação, a turma aumenta o repertório. Ao ampliar a variedade de produções que conhece e analisar, o aluno estabelece ligações com o que já sabe e "constrói conhecimentos", como diz Marisa Szpigel. Essa parte do trabalho é feita em visitas a instituições culturais, teatros e espaços para shows e outras apresentações artísticas que permitam desenvolver o pensamento crítico e perceber como a arte afeta cada um.
Já a fase da reflexão é uma espécie de complemento da apreciação. A diferença é sutil: ela tem lugar quando o estudante analisa o que viu e ouviu. Sabendo que aquele objeto artístico foi criado em determinado contexto e que faz parte de uma história, torna-se capaz de entender os significados atribuídos a ele. Daí a importância das discussões em classe (e da leitura de críticas e resenhas) para todos observarem que há outras maneiras de entender a arte. Registros escritos também favorecem a expressão de ideias.
Compreender esse percurso é essencial para permitir que os estudantes cresçam cada vez mais. Mas, mais do que seguir cegamente uma ou outra perspectiva de ensino, o que realmente importa é ser coerente com as propostas de trabalho e com as atividades passadas para a turma durante todo o ano. "Há professores que fazem um ótimo trabalho de livre expressão, por exemplo. O problema é quando não há uma intencionalidade clara", destaca Marisa.


Metodologias mais comuns no ensino de Arte
O ensino de Arte passou por muitas transformações ao longo da história. Confira as principais tendências da área.
TRADICIONAL
Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a década de 1950. Ainda está presente em muitas escolas. Foco Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais, coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto final.
Estratégia de ensino Repetição de atividades, cópia de modelos e memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento. Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de artistas consagrados.

LIVRE EXPRESSÃO
Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da Escola Nova.
Foco O que importa não é o resultado, mas o processo e, principalmente, a experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno durante as atividades em classe.
Estratégia de ensino Desenho livre e uso variado de materiais. Não há certo ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções artísticas para influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações internas.

SOCIOINTERACIONISTA
É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas surgiu na década de 1980.
Foco Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro.
Estratégia de ensino A experiência do aluno e o saber trazido de fora da escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção (fazer e desenvolver um percurso de criação), apreciação (interpretar obras artísticas) e reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). Apesar dessa divisão, não deve haver uma ordem rígida ou uma priorização desses elementos ao longo do ano letivo. 

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO:
http://revistaescola.abril.com.br/arte/fundamentos/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml